domingo, 18 de agosto de 2024

BOM DIA

 

Bom dia.!!!

História....

Eu era um vendedor de picolé em 1988. Minha mãe morreu no mesmo ano. Meu pai não conheci e fiquei morando com minha avó.

Um dia, dois rapazes pediram pra eu parar o carrinho e começaram a chupar os picolés. Eram tantos, tantos que nem tinha mais como contar. Depois disseram: "você tem sorte, garoto, vamos comprar o resto!"

Quando eu lhe entreguei os picolés numa bolsa, um deles ligou a moto e o outro rapidamente subiu na garupa. Fugiram sem me pagar nada. Quando dei por mim, vi que não tinha mais nenhum. Sentei no chão chorando e dizendo: Meu Deus, como vou chegar no dono da sorveteria, sem os picolés e sem o dinheiro?

Morávamos num "pedaço de rua" que tinha cerca de 6 ou 7 casas, era um loteamento. Eu fui contar a vovó o que aconteceu e nossos vizinhos vieram ver. Eles fizeram uma vaquinha pra me ajudar a pagar os picolés e um deles foi comigo na sorveteria explicar tudo ao dono. Compadecido, o velho deixou tudo pela metade do valor.

Minha avó faleceu no ano seguinte e eu me senti um verdadeiro "nada". Fiquei com muito pouco da casa que foi vendida pelos meus tios. Nossos vizinhos sensibilizados com minha situação, me chamavam pra fazer bicos: carregar frete na feira; buscar água na lata; ir na budega; comprar frango no abatedor; trocar lâmpadas; balançar o bebê pra dormir; fazer favores.

Havia 2 ou 3 senhorinhas viúvas que praticamente me adotaram. Eu ajudava em tudo na casa delas. Eu tinha pouco estudo, mas comecei a me dedicar mais. Os vizinhos compraram caderno e lápis e aprendi a ler. A professora me incentivava muito a estudar, nunca me esqueço dos conselhos.

Um dia, um tio meu, que morava numa cidade distante, chegou me procurando. Ele abriu um estabelecimento comercial e soube que eu sabia ler e escrever e veio me contratar. Disse até que ia assinar minha carteira. Eu fui contar aos vizinhos que ia embora, mas eles ficaram loucos. Alguns choraram: "Não vá, por favor, não vá. Fique por aqui com a gente!"

Dei adeus e fui embora. 3 anos depois, graças a minhas economias, quebrei o "miaêiro", voltei pra visitar meus vizinhos do "pedaço de rua". A rua tinha mudado muito: novas casas, muitas construções. Mas quando cheguei foi a maior festa. As crianças corriam pra me abraçar, as senhoras choravam e me abraçavam dizendo "que saudade de você!" Veja, Fulana, ele tá mais gordo e mais branco, tá até mais bonito!"

Compraram bolo e refrigerantes e comemoraram minha visita! Eu nunca me senti tão importante durante toda a minha vida. E só depois de muito tempo, hoje que tenho esposa e filhos, estou convicto de que o maior patrimônio que podemos construir na vida é o afeto, o respeito, o carinho das pessoas: o amor ainda é o bem mais valioso do mundo!!!




Texto de Clécio Dias, baseado em fatos reais, como me contou um amigo.

Grande abraço e um domingo super abençoado por Deus á todos.

Alegria, saúde e abundância...

" Doar sangue é ajudar salvar vidas. "


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