sábado, 9 de abril de 2016

MEU MEDO





MEU MEDO


Não sei por que tenho tanto medo
Tenho medo de me amarrar
De me enrolar
De amar
De novamente me enganar
Tenho medo da rosa
Porque depois dela vem a prosa
Não é somente a flor
Querem sempre só o meu calor
Fingem sempre no início
Deixando-me sozinha num precipício
Fico perdida
Às vezes com raiva, vingativa e mordida
Olho para trás e lá vem gente
Se não for ele fico contente
Porém, quando ele vem
Corro
Daí, peço socorro
Confesso
Tenho medo de tudo que possa me machucar
Não quero mais sonhar
Quero ver a vida como ela é
Não vou me apaixonar por qualquer Mané
Tenho meus dias bons
Tenho meus ruges e meus batons
Pego meus livros e leio
Apego-me na fé e no que creio
Vivo apenas o presente
Na minha vida o passado já é ausente
Quem me machucou
Foi, demorou, passou
Ainda assim tenho medo
Agarro-me no que tenho
Não tenho muito, mas mantenho
Ninguém tira de mim meus abraços
Meus filhos e meus laços
Queria poder não ter medo
Fico com medo do medo
De perder o medo
E esquecer do meu medo.


Texto  de  Zenira  Zonatto  -  Porto  Alegre   Rs   Brasil

Minha  querida  amiga  colaborando com o Blog

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