História......
Uma formiga chamada Horatio tinha o incomum passatempo de ler. Mas na sua colônia, a leitura era proibida para formigas, considerada uma atividade inútil e perigosa que afastava os indivíduos de seus trabalhos diários.
"Uma formiga deve trabalhar, não perder tempo com tais frivolidades", dizia-lhe o carcereiro formiga, sempre vigilante, sempre seguindo as diretrizes da Rainha.
Horatio finalmente foi descoberto e trancado em uma pequena prisão de terra e pedras, com um carcereiro formiga designado para garantir que ele não lesse.
—Vai ficar aqui até entender o valor do trabalho e o perigo da leitura — espetou-lhe o carcereiro.
Mas Horatio foi engenhoso. Disse ao carcereiro que tinha lido em um livro, que também estava na biblioteca da colônia, sobre uma antiga lei que proíbe agir contra a leitura.
- Uma lei? Contra a leitura? — perguntou o carcereiro, descrente mas curioso.
- Sim, respondeu Horatio. No final desse livro, há um parágrafo que pode me libertar e me permitir ler novamente.
Intrigado e um pouco preocupado com a possibilidade de estar violando uma lei ancestral, o carcereiro permitiu que Horatio tivesse acesso a outro livro da biblioteca para verificar sua afirmação.
Nessa tarde, o carcereiro aproximou-se nervosamente. - E então? Onde está o parágrafo?
Horatio, que tinha acabado de chegar ao final do livro, olhou para cima e disse: —Oh, desculpe o erro. Parece que neste livro não era. Mas eu acabei de começar com outro. Não se desespere, eu vou encontrar a resposta que me libertará.
O carcereiro, agora inquieto e curioso, decidiu conceder-lhe mais tempo. E assim, dia após dia, livro após livro, Horatio continuava lendo, sempre com a promessa de que o próximo livro conteria o parágrafo libertador.
Não só Horatio conseguiu manter o seu adorado passatempo, como, com o tempo, o carcereiro começou a perguntar-lhe sobre as histórias que lia, e pouco a pouco começou a questionar as rígidas regras da colônia.
Ninguém sabe se Horatio alguma vez encontrou esse parágrafo, mas uma coisa era certa: ele tinha conquistado a sua liberdade, e talvez algo mais valioso, tinha semeado a semente da dúvida e do questionamento na mente de quem deveria ser o seu carrasco.
Grande abraço à todos.
( AUTOR DESCONHECIDO)
O poder da leitura tinha libreroenandanzas.com
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